Os reflexos da crise financeira mundial chegaram ao Brasil antes da previsão da maioria dos economistas, políticos e principalmente do governo brasileiro, que, surpreso, adotou medidas no sentido de incentivar o consumo, com a redução de impostos de vários produtos. Ainda injetou dinheiro na construção civil, com financiamentos para a construção de casas para os trabalhadores de menor poder aquisitvo. São medidas louváveis, mas que a curto e médio prazos não resolvem o problema de caixa de muitas empresas, encurraladas pelas dívidas tributárias com os governos e queda nas vendas.Nem o fim da crise e a recuperação das vendas da indústria e do comércio vão resolver a situação de inadimplêcia tributária de muitas empresas, já que são dívidas antigas, contraídas quando a economia não tinha sentido os abalos provocados pela crise do mercado financeiro internacional. E aqui temos de diferenciar o sonegador e o inadiplente: o primeiro não paga porque não quer e o segundo porque não consegue.
A causa desse buraco na conta das empresas é a excessivas carga tributária, que ao longo dos anos vem minando a sobrevivência de nossas empresas. Uma prova consistente dessa realidade é o crescimento do comércio informal, com muitos empresários fechando as portas de seus comércios e indo para as ruas. Dezenas de feiras em Goiânia e nas principais cidades do interior, onde muitos héroicos feirantes buscam a sua sobrevivência e de sua família. E não estão ali por opção, mas por exclusão de um sistema que impede os menos favorecidos de se estabelecer, de constituir empresa, devido a uma carga tributária irreal.
Por onde passo, tenho ouvido o apelo de inúmeros empresários, desesperados com as dívidas de tributos atrasados, que geram multas e juros pesadíssimos. Num debate promovido na Assembleia Legistativa, entre empresários, prefeitos e plolíticos, para discutir o projeto de reforma tributária em tramitação no Congresso Nacional, ficou evidente o drama das empresas que têm dividas com o governo. Lideranças empresariais que participavam do evento expressaram a preocupação com os endividados.
É preciso que os nossos governos encontrem uma saída para evitar que novos ex-empresários, ex-contribuintes, juntamente com seus funcionários, entrem para as estatisticas do desemprego. Não dá para esperar uma reforma tributária . É urgente um programa de renegociação das dividas tributárias, para que os empresários possam planejar o pagamento de seus débitos. Se estamos vivendo um momento de redução de impostos e incentivos a vários setores, vamos socorrer os empresários que estão praticamente na guilhotina.
Cilene Guimarães
Deputada Estadual